quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Águas de Janeiro
Águas de Janeiro
As chuvas que regam os campos
Enchem os rios e os ribeirões
Não sabem dos homens
Das suas construções parcas e inclinadas
Não conhece a casa dos Silvas,
Dos Oliveiras e dos Pereiras.
E o morro desce no Rio de Janeiro
A TV anuncia os caos
E o Rio é longe, longe das minhas mãos
Mas suas águas me atingem
Afogando-me.
E o morro desce
Alcança meu corpo
Traz barro e pedra
Vigas, ferros e objetos irreconhecíveis
O morro apaga tudo.
Mas o barro não enterra a dor dos moradores
E nem a vergonha dos prefeitos incapazes.
E o morro desce em Janeiro no Rio
E as águas do Rio em Janeiro descem.
E as chuvas não sabem o que levam
Nem o que trazem
Apenas despencam em gotas graves
Para encherem os Rios e os Ribeirões.
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lindo demais. Pena que é a realidade...
ResponderExcluirSimplesmente lindo e triste.
ResponderExcluirInteressante a colocação da prefeitura, não reparei se era um protesto ou compaixão, mas este lindo poema indicam a mais absurdamente triste verdade.
Adorei!
bjs
Trágico, Kel.
ResponderExcluirAbraços.
Sem dúvida, uma crítica, Felipe. Obrigado pelo elogio.
ResponderExcluirAbraços.