terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Mais Um Dia
MAIS UM DIA
A página em branco
E o pó circundante
Dizem-me algo
Mas ensurdeço
E como Édipo
Arranco os olhos
E continuo a viver.
Achei meu livro ruim
Rasguei-o junto ao coração selvagem
Como alguém que retira as próprias tripas
E as joga aos leões
É preciso erguer-se depois das cinzas
Criar asas – esse e o meu pensamento
E nada mais importa.
Fecho a porta e desço para a cidade
As ruas completas de caras e olhos sombrios
E estou sombrio e caminho sombrio
Nenhum barco atravessará a correnteza
E nenhuma bebida dará clareza ou ânimo
Ainda penso sobre poemas e Oppenheimer
Enquanto o sol avança para o mar
Fecho os olhos para sonhar outra vez.
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