[Três de Maio de 1808 em Madrid - Goya]
Por Quem os Sinos Dobram
Agora os soldados são outros
Outra também é a guerra
Outro também é o tempo
Mas todos com a mesma essência
Afundar navios,
Derrubar homens,
Atirar o pão.
Há uma guerra em meu país
Tão injusta e grave
Como qualquer outra.
Agora o canhão aponta para outro lado
Outra também é a ordem do general
Outro também é o braço pendurado no arame farpado.
Há uma guerra nas ruas,
Nas escolas,
Há uma guerra dentro de nós.
Deus, estou sujo de pó e sangue
Não sei se matei ou se estão me matando.
Importa-me a morte do outro?
Agora os soldados são outros
Outra também é a guerra
Outro também é o tempo
Mas todos com a mesma essência
Afundar navios,
Derrubar homens,
Atirar o pão.
Há uma guerra em meu país
Tão injusta e grave
Como qualquer outra.
Agora o canhão aponta para outro lado
Outra também é a ordem do general
Outro também é o braço pendurado no arame farpado.
Há uma guerra nas ruas,
Nas escolas,
Há uma guerra dentro de nós.
Deus, estou sujo de pó e sangue
Não sei se matei ou se estão me matando.
Importa-me a morte do outro?
P.S. Poema escrito durante a guerra.
Caramba Alex, que poema mais lindo e forte. Excelente post.
ResponderExcluirAbs
"Não sei se matei ou se estão me matando"......Inspiradíssimo, Alex! Também eu não sei se nessa guerra, tão antiga e atual, sou vítima ou algoz. Abraço!
ResponderExcluirObrigado pelo elogio, Gilson. Fico contente em conseguir expressar o sentimento em relação a esta guerra desgraçada nossa de todo o dia.
ResponderExcluirAbraços.
Obrigado, Dulce. Realmente a sensação que tenho é de impotência diante do absurdo da violência urbana no Brasil. Às vezes somos contaminados ante a insanidade que tomou conta do país (“sou vítima ou algoz”).
ResponderExcluirAbraços.
O título é especialmente belo. Adoro títulos! Quisera eu poder roubar esse pra mim :)
ResponderExcluirNicole, temos o mesmo gosto então, pois também adoro títulos! Quisera também que esse título fosse de minha autoria, mas não é. O título pertence ao poeta inglês John Donne. É um trecho retirado do sermão Meditation XVII: “A morte de cada homem diminui-me, porque sou parte da humanidade. Portanto, nunca procure saber por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. Em 1940 o escritor americano Ernest Hemingway lançou um romance com este título, o livro trata da Guerra Civil Espanhola e deixa claro o absurdo da guerra.
ResponderExcluirObrigado pelo ótimo comentário.
Grande abraço.
Belo poema, Alex! Seu blog é muito convidativo... prazer em conhecê-lo!
ResponderExcluirMuito prazer, Aline. Fique à vontade nesta loucura toda. Obrigado pelo elogio.
ResponderExcluirForte abraço.