Costumo caminhar pelas ruas vazias
e a perder-me
A observar as rodas impecáveis dos automóveis
E a sentir o cheiro das prostitutas pela manhã
A andar pelas casas
e pelos os telhados vazios
e pela tarde morna
Com pedestres atônitos e vazios
Pelos fios dos postes
Carregados de energias e vozes
e casas desamparadas e de alvenarias
Com alfinetes e relógios
e caixas e utensílios descartáveis
E encontro campos e terras
com homens e mulheres
E fábricas de metais novos de nova engenharia
Óleos e burocracias
e escritórios e delegacias
Costumo caminhar pelas ruas vazias
A observar os mortos que marcham sólidos
E abatidos pela monotonia
Costumo caminhar pelas ruas vazias
E perder-me infinitamente
Entre ruas e casas
Assaltos e mortes
Atentados insanos e crimes passionais
Creio estar pálido
E pálido vou pela rua
Cruzando céus e muros
Sonolento das incertezas do mundo
Talvez já esteja morto e não sabia
Bonito, mas um pouco melancólico. Mas fico feliz que você está voltando ao nosso ccomvívio.
ResponderExcluirAbs
Ótimo, junto-me ao coro dos amigos insatisfeitos que reclamaram a ausência! Seja bem-vindo novamente à blogosfera.
ResponderExcluirGilson, acho que tenho o espírito de um Schopenhauer, mas sem a ironia de um Machado. Obrigado pelo comentário.
ResponderExcluirabraços
K, obrigado pelas boas-vindas. É bom estar de volta e poder ler suas resenhas novamente.
ResponderExcluirUm forte abraço.
Maravilha de poema! Acompanhado de Van Gogh, então...
ResponderExcluirE o texto inicial é ótimo, rs...
Beijo.
Não tenho vaidades, não quero ter vaidades... Mas ter Lara Amaral no quintal enche a gente de orgulho. Obrigado, Lara.
ResponderExcluir(Esse quadro de Van Gogh é uma saturação da vida, parece que todos estão cansados de si mesmo e a qualquer momento alguém se matará)
Abraços