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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tempo, Café e Assassinos

[O Terraço do Café à Noite (1888) - Van Gogh]



Tempo, Café e Assassinos



Enquanto mofo no silêncio
O mofo alarga sobre meus ossos
Um gole de café
Enquanto pessoas morrem
Um tiro no escuro
O tempo avança veloz
Na noite veloz
Sem voz
Enquanto ouço mudo o vento Uivar!

Enquanto busco uma mão no vazio
O mundo desaba
Toda forma de poder não leva a nada
E há um assassino cruzando a estrada
Enquanto escrevo poemas sobre o nada
Um gole de café
Enquanto envelheço tão rápido
Veloz é a noite que me devora!

Enquanto minto
Há um assassino cruzando a estrada
Bonito é o espetáculo na tevê
Enquanto mofo no silêncio
Alguém bate à porta
Pedindo esmola
Não sei seu nome nem sua origem
Um gole de café
Enquanto um assassino cruza a estrada
E o tempo passa delirante
Sob meus olhos vencidos!

13 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A poesia passa uma sensação de vazio, como se uma pessoa estivesse perdida. Eu me sinto assim. Perdida.
    beijos.

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  3. Kívia, realmente é um poema sobre o vazio, sobre estar perdido. Extremamente pessimista e amargo. Difícil. Mas necessário. Urgente. Oh, sim tão urgente. Talvez este seja o século mais vazio de todos, ou todos são vazios? Infelizmente o poema não tem qualquer poder de salvação, mas apenas de identificação, de purificação. Obrigado pelo comentário.

    Um forte abraço.

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  4. Primeiro desculpa por ivedir assim, mas estamos aqui pra isso.
    Este acredito que seja o maior caos O vazio.
    Esta ai chamamos mesmo este seculo de O SECULO DO VAZIO.

    PARABENS E ABRAÇO

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  5. Obrigado, Olhar Revestrés. Seja bem-vindo. Fique à vontade para comentar. Creio também que vivemos num turbilhão, num caos enorme. Mais uma vez, obrigado.

    Abraços.

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  6. Guilherme, seja bem-vindo as palavras destoantes, aos meus poemas sujos. Parabéns pelo blog. Há muita coisa boa por lá. Em relação ao “tempo”, ele é o senhor de todos nós. Bem sabia os antigos gregos: Cronos, aquele que devora seus filhos.

    Um abraço.

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  7. Alex, profundo e forte, como o título.

    Feliz 2011 !!!

    Abs

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  8. Obrigado, Gilson. Que os próximos anos sejam melhores para todos. Feliz 2011!

    Forte abraço.

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  9. Oi Alex, uma vez vc comentou no meu blog "Biblioteca de Babel". Estou passando aqui parar dizer que abandonei aquele e criei um blog mais com a minha cara, para escrever textos próprios. Depois você passa lá, o endereço é http://escriturasdeprazer.blogspot.com/ Abraços!

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  10. Carolina, obrigado pelo convite. Já o visitei. Parabéns pela nova roupagem.

    Abraços

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  11. Alex,
    Foi bom te encontrar em 2009 nesta grande rede.
    Desejo que em 2011 você continue a ser este ser sensível, amigo, sincero.
    Paz, amor, luz!
    Beijo.

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  12. Lígia, obrigado por estas palavras gentis. Também fico contente em fazer parte desta rede de blogs, principalmente os relacionados com a cultura, como o seu: “Nós todos lemos”. Desejo um ótimo ano para você e para todos os leitores destoantes.

    Um forte abraço.

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