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terça-feira, 25 de maio de 2010

Poema - A Poesia

Paulo Leminski – Sobre a poesia.



Surgiste como a Vênus
No céu azul cobalto
Sobre o mundo de ruínas

Surgiste como o sol
Surge numa manhã
Gélida e esquecida

Surgiste pura
Bela como a semente
Que germina na terra

Tu surgiste
Da noite ou do dia
Clara ou escura
Atravessou madrugadas azuis
Para pousar suavemente
No meu paladar

A tua procura
Caminhei solitário
Entre selvas densas
E vilas desabitadas

E tu surgiste
Ó poesia
Em longos ramos
Em profundas raízes
Num acorde mudo
De palavras

Alex Zigar

5 comentários:

  1. Leminski e Alex ao começar a tarde é muito bom... Deixo-te um poeminha de Leminski tbém:
    "Vazio agudo/ando meio/cheio de tudo"...
    Abçs!

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  2. Obrigado mais uma vez, Franck!Valeu o poeminha( poeminha que contém muito)!

    Abraços!

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  3. momentos quando a poesia acontece e vem rasgando dentro da gente, escorrendo até chegar no papel,
    parece que lá dentro, o coração alivia...
    o quanto são profundas, as raízes, não é mesmo?

    deixo meu carinho!

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  4. Obrigado por este carinho, Ângela!É muito importante para este blog os comentários dos leitores, afinal, são vocês que fazem este espaço acontecer.

    Em relação a poesia acredito que seja algo inerente ao ser humano. Afinal, não só de pão viverá o homem... Ela é o grau máximo de beleza encontrada numa obra de arte. A poesia, portanto, está em tudo.

    Mais uma vez agradeço a participação e o carinho!

    Abraços!

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