sexta-feira, 30 de abril de 2010
Poema - À espera
Quando numa manhã qualquer
Entre a xícara e a mesa nua
Baterem a porta
As camisas estarão lavadas
Os sapatos pendurados
E a louça pronta
Eu mesmo estarei banhado
Puro para um abraço inteiro
Mas nunca completo
Talvez eu termine uma velha carta
Conserte o antigo rangido da porta
Não leio as mesmas notícias envelhecidas
E acabo de vez com a agonia de ser homem
Quando numa manhã qualquer
Baterem a porta
Quero me desfazer deste corpo despido
E desta humana alma farta das coisas
Quando baterem a porta
Estarei guardado com as roupas e os calçados
Esquecido num retrato apagado
Longe das vozes e das luzes
E já delirando com alguma lembrança
Que não recordava mais
Alex Zigar
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Oi Alex! Tudo é muito lindo por aqui. Bjão do lado de cá!
ResponderExcluirSeja bem-vinda as essas letras errantes, Daniela. Essas letras agradecem o carinho do Lado de Cá. Espero poder pousar sempre pelas suas terras poéticas. E fico feliz que tenha gostado deste espaço. Obrigado pela visita.
ResponderExcluirGrande abraço.